Tripoli questiona Ibama de Sergipe sobre uso de urubus em instalação da Bienal; vereador solicita laudos técnicos e autorizações. Imprimir
Animais

O vereador Roberto Tripoli (PV) quer conhecer os laudos, guias e autorizações emitidos pelo Ibama de Sergipe, e que permitiram o deslocamento interestadual e uso de três urubus-de-cabeça amarela em uma instalação de arte na Bienal de São Paulo. Há dias, o parlamentar, manifestou-se e questionou a Superintendência do Ibama de São Paulo, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e, ainda, a Delegacia de Meio Ambiente, na tentativa de livrar os animais do confinamento bastante estressante e que, segundo alguns técnicos consultados, pode caracterizar abuso e maus-tratos.

Por telefone, o Ibama de Sergipe confirmou que forneceu as guias de transporte e a autorização para a exibição dos animais em São Paulo e, técnicos do órgão admitiram que mesmo não conhecendo pessoalmente o local do cativeiro na Bienal, autorizaram o artista Nuno Ramos a usar as aves. Segundo eles, depois da polêmica provocada pelo uso dos urubus, o Ibama de São Paulo já foi acionado para verificar a instalação, mas ainda não existe qualquer decisão a respeito de uma possível retirada dos animais.

Ambientalistas recorreram ao Ministério Público e aventa-se a possibilidade de uma ação cível pública. Além disso, as mídias acabam de noticiar que o delegado de Meio Ambiente solicitou uma perícia no local, mas os resultados deverão demorar um mês para sair. No entanto, os animais permanecem confinados, sem luz do sol, impactados por extremo barulho e sem local considerado adequado inclusive para o descanso noturno. Eles também não tem dispõem de ponto de fuga, caso sintam necessidade de se refugiarem. A Bienal termina somente em dezembro.

Tripoli reafirma que “não pode existir arte envolvendo abusos em relação a qualquer forma de vida, nem humanos nem outros animais, árvores, águas, o solo, nada. Não podemos considerar arte, por exemplo, uma poda radical de árvores ou o que está acontecendo com esses animais. Não importa se os urubus vieram de cativeiro, não podem continuar ali. Essa luta é emblemática, temos que mostrar para todos os que ainda não perceberam isso, que a sociedade não aceita mais ver animais abusados, e ainda publicamente, afrontando todas as pessoas para as quais os animais importam”, observa Tripoli.


Veja o Ofício do Vereador para o Ibama-Sergipe

O Exílio dos Urubus na Bienal - Relato

(Texto: Regina Macedo / jornalista ambiental)