Construção do Núcleo de Bem-Estar Animal é acelerada. E CCZ também passa por reformas Imprimir
Animais
Sáb, 02 de Abril de 2011 15:31
Retomadas as atividades no canteiro de obra do Núcleo de Bem-Estar. Foto: Regina Macedo

Até o final do ano, devem estar concluída a obra do Núcleo de Bem Estar Animal, em construção na Zona Norte, em parte do terreno pertencente ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Como se recorda, a obra gerou muita polêmica, pela lentidão do processo. Em 2009, até a verba de R$ 1 milhão destinada por emenda ao orçamento, de autoria do vereador Roberto Tripoli (PV), para a construção foi perdida por atrasos na licitação.

Em 2010, a empresa vencedora da licitação teve problemas, retardando mais ainda a construção. Recentemente, as obras retomaram o ritmo normal e, segundo previsões da gerente do Centro de Controle de Zoonoses, Dra Ana Claudia Mori, devem ser concluídas até o final do ano. No orçamento de 2011, o vereador Tripoli destinou, através de emenda, R$ 220 mil para equipar o Núcleo.

“Espero que os equipamentos principais destinados ao atendimento de cães e gatos no núcleo sejam comprados antes do final da obra, para que os trabalhos iniciem ainda este ano”, observa o vereador Tripoli. Ele frisa que este será o primeiro núcleo, com caráter quase experimental, pois a cidade nunca tratou os cães e gatos abandonados com uma real política de bem-estar, oferecendo tratamento veterinário adequado, recuperando-os e incentivando a adoção, como deve acontecer na nova unidade.

O Probem – Programa de Municipal de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos foi lançado pelo prefeito Gilberto Kassab em 2009, com grande apoio da mídia e até uma campanha publicitária visando conscientizar a população para que não abandone seus animais. Poucos meses depois, o programa pouco avançou. No final de 2009, Tripoli garantiu o Probem em lei (lei municipal 15.023/09) e, agora, espera que o programa finalmente deslanche.

NOVO OLHAR PARA OS ANIMAIS

Conforme essa lei, o Programa de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos muda a forma como os órgãos responsáveis pela política pública de controle animal devem tratar animais domésticos na cidade de São Paulo, passando a considerar questões de bem-estar tanto na eventual captura ou apreensão, como na recuperação e doação. As funções do CCZ e do Núcleo de Bem-Estar são delineadas no texto legal e eles devem trabalhar em conjunto.

Segundo Tripoli, “animal abandonado não pode ser tratado, como foi durante décadas, como mero descarte da sociedade e ameaça à saúde. As funções do CCZ no controle de zoonoses são fundamentais, pois o órgão trabalha para evitar a terrível raiva, a dengue, a leptospirose e outras zoonoses graves. Mas tratar cães e gatos como meros portadores de doenças é inadmissível”.

Na opinião do vereador ambientalista, “os animais abandonados merecem manejo correto, tratamento, alojamento adequado, quando precisam ser recolhidos. Muitos necessitam de cuidados veterinários, e todos precisam ser preparados para a adoção. Daí a importância de separarmos as atividades do CCZ das ações do Núcleo de Bem-Estar”.

E para que essa nova visão seja incorporada na política pública de controle animal, segundo Tripoli, é fundamental contar com o apoio do movimento de proteção animal, tanto protetores independentes como ONGs, para lutar por novos núcleos. “Quem sabe estruturas menores, onde cães e gatos recuperados poderão ser mantidos com forte investimento em adoção e educação da população para a posse responsável”, diz o vereador.

SOLÁRIOS PARA CÃES E GATOS


A obra dos solários na ala dos canis individuais. Foto: Regina Macedo

Estão aceleradas também as obras de reforma no Centro de Controle de Zoonoses, que vêm sendo tocadas há mais de um ano. Os laboratórios foram reformados e toda a parte hidráulica dos prédios  passa por readequação. O órgão ganhou uma sala para necropsia, uma enfermaria e uma sala para isolamento de animais com suspeita de doenças infecto-contagiosas. Estão em fase de execução uma sala para adoção, uma para reunião e outra de suporte para os funcionários dos canis coletivos e individuais, nas proximidades das alas de canis.

O centro cirúrgico será totalmente reformado a partir desse mês de abril e vêm sendo construídos solários para os gatos e também para os canis individuais. Além disso, vários canis individuais tiveram a parede divisória quebrada, ampliando o espaço. Infelizmente, mesmo com essa ampliação os cães considerados mais agressivos ainda ficam confinados num espaço bastante exíguo.

A gerente do CCZ, Dra. Ana Claudia Mori, explica que no setor de canis coletivos, algumas baias foram preparadas para servirem como maternidades, para fêmeas com filhotinhos. Mas, ainda é necessário construir um local mais adequado para filhotes, inclusive aqueles oriundos de eventuais apreensões, quando ocorre blitz em pet shops ou feiras ilegais de venda de cães e gatos (o comércio desses animais é regulado pela Lei Municipal 14.483/07, de autoria do vereador Roberto Tripoli, e a venda em ruas, praças ou avenidas é proibida).

(Texto: Regina Macedo / jornalista ambiental)