Lixo: fiscalização falha pode estimular fraudes PDF Imprimir E-mail
A fiscalização inadequada pode estar estimulando fraudes nas medições dos serviços de varrição em São Paulo. É o que afirmou Tadayuki Yoshimura, presidente da Associação Brasileira de Limpeza Pública – ABLP, ao participar da reunião desta terça-feira, 17 de novembro, da subcomissão que acompanha a execução operacional e financeira dos contratos com as concessionárias que fazem a coleta de lixo e as empresas prestadoras de serviços de varrição e lavagem das vias públicas da cidade, presidida pelo Vereador Roberto Tripoli (PV).

Yoshimura, renomada autoridade do setor, acompanha o processo de varrição da cidade desde 1970 e apontou uma série de falhas que vêm ocorrendo nos contratos vigentes. Outra questão é a falta de educação da população, um dos fatores que mais provoca acúmulo de lixo e resíduos nas calçadas e no meio-fio.

O palestrante comparou São Paulo a Tóquio que são duas cidades com alta densidade demográfica, mas com características bem distintas. Enquanto a capital paulista varre cerca de 100 quilos de lixo por quilômetro, Tóquio não chega a varrer 10 quilos. Baseado em sua experiência internacional e amplamente conhecedor do assunto, Yoshimura sugeriu uma mudança radical no tratamento da varrição em São Paulo. Em primeiro lugar, uma ampla campanha educativa divulgando os prejuízos que a cidade sofre, quando se joga o lixo na rua. Num segundo passo, a prefeitura precisa instalar lixeiras de 50 em 50 metros. Só esta medida poderia reduzir substancialmente a coleta decorrente da varrição, tornando o custo mais baixo.

Outra sugestão do palestrante foi a implantação da varrição mecanizada como ocorre em Buenos Aires e cidades similares. Entretanto, por ser um processo mais caro, a implantação seria gradativa. Yoshimura é contrário ao modelo atual e recomenda que a prefeitura contrate seus próprios garis, como é feito no Rio de Janeiro e terceirize apenas o serviço de coleta dos resíduos da varrição. Paralelamente, uma empresa de auditoria externa e totalmente isenta, cuidaria da fiscalização, emitindo relatórios mensais para monitoramento da execução dos serviços. Certamente, a prefeitura teria uma substancial economia se procedesse dessa forma. Segundo o depoente, “a cidade mais limpa não é a que mais varre, mas a que menos suja”.


Informações:
Mário Seabra

Assessor Técnico do
Gabinete do Vereador Roberto Tripoli (PV)
11-3396-4821
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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